quinta-feira, 4 de novembro de 2010

PLOTINO- "Morrer é mudar de corpo como os atores mudam de roupa."

ReproduçãoPlotino é geralmente considerado o fundador do chamado neoplatonismo. Ele é um dos mais influentes filósofos da Antigüidade, depois de Platão e Aristóteles. Aos 28 anos, um crescente interesse por filosofia levou-o a Alexandria, onde tornou-se discípulo de Amônio Sacas por 11 anos. Depois disso, Plotino dedicou-se ao estudo da filosofia persa e indiana.

Ele permaneceu em Alexandria até o ano 243, quando deixou a cidade para seguir o imperador Jordano em uma expedição ao Oriente. Morto Jordano no meio da expedição, Plotino decide ir a Roma, onde chega em 244, fundando uma escola a partir dos ensinamentos e exemplos de seu mestre e real modelador do movimento neoplatônico, Amônio Sacas.

Assim como Sócrates, Amônio nada deixou escrito, mas sua doutrina foi divulgada e aperfeiçoada por Plotino, tal como, antes, a mensagem de Sócrates havia sido eternizada pelos testemunhos de Platão e Xenofonte. Amônio conciliou as idéias de Platão e Aristóteles e transmitiu a seus discípulos, em especial a Plotino, uma filosofia livre do espírito de polêmica, às vezes resultante de mera vaidade pela disputa intelectual.

Após fundar sua escola, Plotino passou 10 anos apenas ministrando lições, sem nada escrever, por respeito a um pacto que fizera com Erênio e Orígines, o Pagão, no sentido de não divulgar a doutrina de Amônio. Mas logo seus colegas romperam o trato e Plotino começou a escrever tratados. Seus escritos foram ordenados mais tarde por seu discípulo Porfírio, que os dividiu em seis grupos de nove tratados, de onde veio o título "Enéadas", pois, em grego, nove se escreve "ennea".

Esses escritos estão entre os mais importantes que chegaram até nós desde a Antigüidade, junto com os diálogos platônicos e os escritos esotéricos de Aristóteles. Neles, é possível perceber a profundidade espiritual do pensamento de Plotino, carregado de imagens poéticas e explicações de fenômenos como a saída da alma do corpo (projeção), a análise do uno (holos), a existência de um mundo físico e um outro espiritual, entre outros assuntos.

As últimas palavras de Plotino, dirigidas ao médico Eustóquio, foram: "Procurai sempre conjugar o divino que há em vós com o divino que há no universo".


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