Este primeiro argumento parte da constatação de que as coisas se movem. Galáxias, planetas, rios, nuvens, homens, moléculas, tudo na natureza está em constante movimento e transformação.
E se existe o movimento, existe também aquilo que provoca o movimento. Como um jogador que chuta uma bola, um raio que incendeia uma árvore ou a força gravitacional que mantém corpos celestes em órbita.
Constata-se, portanto, que este agente do movimento é externo, ou seja, nada pode mover a si próprio, ou ser, ao mesmo tempo, motor e movido: nenhum carro se locomove sem algum tipo de combustível.
Mas este raciocínio conduz a um absurdo lógico: se todo movido possui um motor, há uma sucessão infinita e, não havendo um primeiro motor, também não haveria um segundo e assim por diante. Em resumo, o movimento seria impossível!
A única forma de explicar o movimento é conceber Deus como causa motora primeira, que não é movida por nenhuma outra.
A segunda via é parecida com a primeira. Observa-se na natureza uma ordem segundo uma relação de causa e efeito. O homem com o taco de bilhar é a causa; a bola que entra na caçapa, o efeito.
É impossível algo ser causa e efeito ao mesmo tempo: a bola de bilhar não entra sozinha na caçapa. Contudo, se toda causa tem um efeito, haveria, novamente, uma seqüência infinita, a menos que admitamos uma causa primeira no universo, que é Deus.
As coisas podem ser e não ser. Todas as pessoas que conhecemos e nós mesmos não existimos para sempre. As coisas nascem, se transformam e morrem. Em outras palavras, somos seres contingentes.
Porém, isso nos leva a pensar que houve um momento em que nada existia, um instante de puro nada, que os astrônomos, atualmente, localizam antes do "Big Bang", e que deu origem a tudo que há no universo.
Para que o universo saísse da mera possibilidade para a existência é preciso imaginar que algo tenha provocado isso, caso contrário o nada persistiria como nada.
Conseqüentemente, entre todos os seres possíveis (que podem ser e não ser), é razoável acreditar que haja um que seja necessário, isto é, não contingente. Como necessidade precisa ser causada, retorna-se ao absurdo das cadeias causais infinitas do segundo e primeiro argumentos, a menos que Deus exista como necessário por si mesmo.
O quarto argumento é mais fácil de entender. Diz Tomás de Aquino: "Encontram-se nas coisas algo mais ou menos bom, mais ou menos verdadeiro, mais ou menos nobre, etc." Por exemplo, fulano é mais legal que beltrano, o banco A é mais confiável que o banco B, etc.
"Ora, mais ou menos se dizem de coisas diversas conforme elas se aproximam diferentemente daquilo que é em si o máximo". Quer dizer, para afirmar que uma coisa é mais ou menos em graus de perfeição, é preciso ter algo como parâmetro comparativo, dotado de perfeição absoluta, como um quente absoluto que permite dizer que esta água está muito quente - e aquela, apenas morna.
Conclui Tomás de Aquino: "Existe algo que é, para todos os outros entes, causa de ser, de bondade e de toda a perfeição: nós o chamamos Deus".
A quinta e última via trata dos seres que se movem em uma direção, que possuem uma finalidade, o que é facilmente verificável na vida na Terra, que progride rumo a maiores níveis de organização, desde simples bactérias até modernas sociedades humanas.
Tomás de Aquino usa como o exemplo o arqueiro: a flecha só parte em direção ao alvo porque existe o arqueiro que mira e dispara, isto é, porque há uma inteligência guiando a flecha. O "arqueiro" do universo, por assim dizer, é Deus.
Adorei isso aqui, me ajudou muito, Parabéns de verdade *--*
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