sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

AS TRÊS PRINCIPAIS CONCEPÇÔES DO HOMEM:

"Conhecer o homem não é separa-lo do universo, mas situa-lo nele" Edgar Morin

Encontramos as três principais concepções do homem nas tradições filosóficas: A concepção metafisica, a naturalista, e a concepção histórico-social. alguns dizem que uma se contradiz com a outra, entretanto pela natureza humana ser complexa permite que o homem seja analisados por diversas dimensões, possibilitando vários conceitos. Nos permitindo afirmar que elas são complementares.

A concepção metafisica vê o homem a partir de uma essência imutável, ou seja, um modelo eterno. Baseada na concepção platónica (mundo das ideias) qual predominante na idade média mas permanece valida para o pensamento filosófico religioso e teológico. Nessa concepção se entende que existe um modelo de homem e somos as variações deste modelo.

A concepção naturalista foi predominante na idade moderna, é fruto do pensamento de Descartes e Locke. O ser humano é visto como um ser dualista, ou seja, a partir de um substancia pensante (alma) e outra biológica e corporal. o ser humano se torna um produto de determinações naturais e não é mais tido como um ser autónomo, capaz de gerir seu próprio destino.

A terceira concepção, a histórico-social, o homem é visto como um processo, valorizado na sua existência pessoal e concreta. Assim, entende-se o ser humano como alguém ou algo no espaço e no tempo,  marcado pela sua singularidade e capacidade de realização de atividades. O homem, como processo, é um ser em inacabamento, pois não nasce pronto, não se nasce homem. Assim, se tornando um ser social em convivência.

 Todo conhecimento produzido em qualquer época, em qualquer área, traz consigo uma clara concepção do homem. Toda arte, reflexão e ação do homem traz consigo esta enorme questão que não pode ser abandonada sem deixar para traz sem correr o risco de perder uma grande e exclusiva atividade do homem: que é a capacidade de refletir sobre sua própria essência e existência. Por fim, tem a pergunta que não se pode calar: por que estamos aqui? Por que fomos criados? Qual é o verdadeiro significado da vida?

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O SENSO COMUM:

Senso ComumO senso comum pode ser conceituado como a compreensão de todas as coisas pelo saber social, ou seja, é um conhecimento empírico, adquirido com as experiências vividas e/ou ouvidas no cotidiano.

Este engloba os costumes, tradições, hábitos, normas, éticas e tudo que necessitamos para viver bem m sociedade. O senso comum não necessita estar embasado em concepções cientificas, este é um saber informal que se origina de opiniões individuais ou de grupos e é avaliado de acordo com os efeitos que causa nas pessoas.

Isso não quer disser que não tenha valor, mas geralmente, o senso comum, deve ser superior para que este fuja de julgamentos errados, preconceituosos e pobres.

O senso comum se distingue em alguns aspectos da ciência. Pois a ciência busca a verdade em todas as coisas por meio de testes e experiências, enquanto o senso comum é empregado antes mesmo que se saiba se o método empregado traz o que se espera.

A realidade é complexa e exige esforços da mente humana. Cabe a nós termos bom senso capaz de reconhecer as qualidades e limitações do senso comum. Assim, desenvolvendo o senso critico. Este capaz de questionar os valores transmitidos, sem destrui-los, mas que possa adequa-los e transforma-los diante das situações novas da nossa existência.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A BUSCA DA VERDADE:

"Deve-se exigir de mim que procure a verdade, mas não que a encontre" Diderot

A busca de uma verdade irrefutável, uma verdade universalmente valida tem sido um dos motores mais potente da historia do pensamento filosófico.

Alguns filósofos relativistas afirmam que não há verdade, mas pequenas vedardes de valor particular, sem qualquer valor de aplicação universal. Ou seja, a verdade é algo subjetiva, particular, varia de pessoa para pessoa e não tem uma aplicação universal.
Não existe verdade fora da matematica, pois só a metematica pode nos dar respostas inquestionaveis.

Este trata de um dos pensamentos mais polémicos do pensar filosófico, se eu o embasar no senso comum posso comprometer a qualidade da discussão.

Em grego a palavra para verdade "Aletheia" que significa o não oculto, o que se manifesta nos olhos do corpo e do espírito. Do latim, "veritas", qual se refere a exatidão de um relato ou fato. E por fim do hebraico "Emunah" que significa confiança.

A verdade, como a origem da palavra, está presente em todos os lugares e tempos, ela é absoluta, é a mais humana dentre todos os valores.

Costuma-se dividir a razão em relativa e absoluta. A relativa pertence aos homens comuns e está sujeita ação do tempo e do lugar, Ela pode ser individual ou coletiva, real ou abstrata, académica ou popular.

O absoluto é autoritário e totalitário. Sua melhor denominação é verdade universal. Esta é como a luz do sol não tem dono e está a disposição de todos, é imutável, a verdade universal ilumina a alma e alimenta a mente humana.

Assim, a verdade depende de que a verdadeira realidade apareça e se manifeste, enquanto a falsidade depende que ela se esconda ou se dissimule em aparências.

Enquanto existir seres humanos existira a busca pela verdade, seja ela relativa ou universal. Quanto mais evoluído for o ser humano mais se afastará da veracidade relativa e se aproximará quem sabe da absoluta/ universal.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

FÉ versus RAZÃO

“Não há oposição entre ciência e religião. Apenas há cientistas atrasados, que professam idéias que datam 1880.
Albert Einstein

“A ciência e a religião são as alavancas da inteligência humana”
Allan Kardec

“ciência sem religião é paralitica. Religião sem ciência é cega.
Albert Einstein

“Querer colocar em oposição à ciência natural e a religião... Só pode ser coisa de gente ignorante nos dois assuntos”
Paul Sabatuer

“A ciência humana de maneira nenhuma nega a existência de Deus, quando considero quantas maravilhosas coisas o homem compreende, pesquisa e consegue realizar, então reconheço claramente que o espírito humano é obra de Deus, e a mais notável.”

Galileu Galilei

“A ciência sem fé pode ser loucura. A fé sem ciência é fanatismo”
Lutero

“Um grande homem sem religião é um simples animal sem alma”
Daniel Defoe

“Não há fé inabalável senão aquela capaz de enfrentar a razão face a face em qualquer época da humanidade”
Allan kardel

“A teologia é a tentativa de conciliar fé religiosa e pensamento racional”
São Tomas de Aquino

“A fé uma posse antecipada do que se espera um meio de demonstrar as realidades as realidades que não se vêem”
Hebreus 11:1

Um pássaro com apenas uma de suas assas nada podeis fazer, um pássaro com duas assas tem a capacidade de voar, desvendar os mistérios do céu, descobrir como é maravilhoso sentir o vento em atrito com a pele, a sensação de domínio, o desafio de querer voar cada vez mais alto...

Somos pássaros; com apenas a fé ou a razão não podemos nada, com ambas juntas podemos voar; descobrir os mistérios do mundo e desvendá-los, fazer grandes proezas, ver como somos perfeitos, como podemos transpor horizontes, manifestar a fé e conseqüentemente transformar o mundo.

Na era-cristã diversos filósofos e pensadores lutaram para conscientizar estas duas correntes antagônicas. Comumente se contradizem, mas ambas possuem a mesma finalidade- A busca pela verdade, a essência da vida.

Os mistérios que corroem a mente humana, desde que começamos a questionar o universo, perseguem a ciência que ao buscar respostas contradiz diretamente a fé.

Mas ambas necessitam uma da outra, pois um homem sem fé e sem ciência é um homem sem perspectivas, fechado ao mundo, sem sonhos, duvidas ou questionamentos.

Se quisermos utilizar da razão humana, para sanar com nossas duvidas a cerca do universo e de todos os seus mistérios, essas duas verdades terão que conciliar-se para que finalmente venhamos descobrir toda a verdade.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A CRISE DA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA-

Presenciamos nas ultimas décadas diversos meios de violência entre pais e filhos, os pais não sabem mais o que fazer, pois os filhos não os obedecem mais. Estamos presenciando uma crise generalizada ou os pais perderam o jeito quando se envolve a educação?

Primeiramente temos que ver o que se alterou do antigo modo de educação em relação a este modo atual; antigamente os filhos reclamavam devido à falta de liberdade seja para namoros ou para sair e consequentemente a segurança era um fator presente nessa época, já hoje presenciamos a liberdade  que os pais oferecem a juventude, mas deixa uma grande divida no que condiz a segurança.

Talvez o que notamos não seja uma crise generalizada, mas uma estratificação da educação. Todo mundo educa: televisão, família, Internet, escola, empresa, amigos... E por fim ninguém educa. Todos têm um plano de educação que busca privatizar (exemplo: a educação da escola é melhor que a da família), cada instituição possui agora um modelo único de educação, algo que devia ser responsabilidade exclusiva da família se tornou algo que todos anseiam e querem fazer.

"O filho deve ser o que os pais não foram capazes de ser" esta era a filosofia que os pais tinham e aplicavam como finalidade para seus filhos, querendo que estes sejam a "elite" do mundo, não aceitam que seus filhos sejam mais um este é o pesadelo de todo pai. Mas eles tem que compreender que a dianteira não é pra todo mundo, tem que aceitar que talvez seu filho seja apenas mais um no mundo.

"Na escola o filho deixa de ser um par se tornar mais um". Algo que critico são os pais defenderem seus filhos no ambiente escolar, a escola é um ambiente de treino para vida e se os pais se envolverem para defender os filhos não possibilitarão que estes aprendam a se defender sozinhos, e sempre que haver um problema vão correndo pra os pais para estes resolverem. E se vocês não querem ter filhos despreparados para o mundo lá fora então tem que deixá-los resolver seus próprios problemas.

Outro problema que caracteriza e exemplifica o problema da educação do nosso tempo é a juventude adulta. Os pais não querem envelhecer querem ser jovens, não aceitam sair do palco da vida, eles têm que aceitar que o seu tempo passou agora estão no passado e devem liberar o palco para os que estão no auge da juventude. Aceitem envelhecer, pois vocês não sabem o quanto é vergonhoso para seus filhos terem pais que querem ser jovens, curtir a vida, ir para baladas...

Os pais têm que assumir o lugar dos "mais velhos", aqueles que os filhos só reclamam. Antigamente os pais tinham segurança em si mesmo, falava a verdade sem o anseio de saber que estava fazendo a coisa certa, pois sabiam que estavam. Os filhos não querem amigos, querem pais que seja exemplo, o mais velho careta que sabem e visam se tornar quando crescer.

Por fim deixo-lhes três passos que os pais devem seguir para adquirir novamente o monopólio da educação e impor respeito:
1°: Os filhos não são de cristais. Chega uma hora que vocês têm que soltar seus filhos. A menos que queira ter criança de 40 anos em casa, a educação se dá quando pequeno e eles tem que saber aplicá-la na vida sozinhos.
2°: O futuro das crianças é puro acidente. Deixa de planejar o futuro de seus filhos eles tem que ser eles mesmos e não o que você querem que eles sejam, o futuro tem que ser escolha exclusiva deles.
3°: Os pais tem que sentar no posto dos mais velhos. Aceitem que não são mais jovens, seu tempo passou, então assuma o posto de pai agora e exija o respeito, não tenha medo de perder a amizade dele, pois como disse vocês são pais e não amigos.

Em suma, a educação pode voltar a ser como antes ou pode mudar drasticamente, mas devemos estar pontos para isso. Se você é pai imponha respeito, se você é filho respeite. Só assim voltaremos a possuir respeito e educação na sociedade.
                                                                                                                j.leonardo

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O CARÉTER OCULTO DA SAÚDE- Hans- Georg Gardner

"É necessário refletir sobre coisas que dizem respeito não somentemente ao médico na sua formação profissional e em seus interesses profissionais, mas a todos nós. Quem não conhece as primeiras experiências consternadoras na infância? De repente, sob a autoridade dos pais, fica declarado que se está doente e não tem a permissão de levantar pela manhã. Nos anos posteriores da vida, se ganha as experiências que deixam mais claro que a verdadeira singularidade não se encontra tanto na doença, mas no milagre da saúde.

Isso me oferece o ensejo de inserir a situação teórico-científica e prática no grande contexto da sociedade marcada pela ciência moderna e de questionar como devemos nos orientar, na nossa práxis de vida, sobre a saúde e doença. Não há dúvida de que, na experiência de saúde e doença, se manifesta algo de uma problemática geral que não se limita à posição especial da ciência médica no interior da ciência natural moderna. Seria bem acolhida uma conscientização da diferença entre medicina científica e a verdadeira arte de curar. Em última análise, essa é a diferença existente entre o saber das coisas em geral e a concreta aplicação desse saber ao caso isolado. Mas esse é um tema muito antigo da filosofia e do pensamento e é também um objeto especial de meu próprio trabalho filosófico, o qual é denominado hermenêutica. É claro que o saber das coisas em geral é passível de aprendizagem. Já o outro tipo de saber não é possível de ser aprendido, mas deve ser lentamente amadurecido através da própria experiência e da própria formação de juízo.

Com isso o nosso tema se move para um contexto bem amplo que, na realidade, é colocado a todos nós como tarefa vital desde o surgimento da ciência moderna e sua relação de tensão com a riqueza de experiência da humanidade. Nós vivemos em um meio ambiente cada vez mais transformado pela ciência, um meio o qual quase já não ousamos mais chamar de natureza, ao mesmo tempo que temos de viver em uma sociedade modelada pela cultura científica da era moderna. Nela há milhares de normas e regulamentos que acabam por assinalar uma crescente burocratização da vida. Dessa maneira, como é possível não perder o ânimo para se modelar a própria vida?"

Gadamer, Hans-Georg. O caráter oculto da saúde. Tradução de Antônio Luz Costa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.